A NAÇÃO E A PÁTRIA

A palavra Nacionalismo deriva de Nação, que por sua vez deriva do latim nasci – nascer ou natus – nascido.

Além do fato de estabelecer uma sociedade ligando-se ao seu semelhante, o humano cria um vínculo muito forte de afetividade com o meio de vivência no local onde nasceu, seu ambiente nativo e assim a sociabilidade começa a agir de acordo com seu desenvolvimento de vida.

Isso, sempre despertando interesses comuns aos humanos nascidos na mesma terra, sob uma mesma cultura ou identidade social.

São estes interesses comuns aos humanos que possuem certa semelhança de espírito e valores de identidade, a força motriz que lhes desperta o anseio de conviver e preservar muitos valores herdados em sua terra e de sua cultura ancestral.

A partir de então, a coexistência, a convivência social pacífica e honesta cria nos indivíduos de um determinado povo o raciocínio de coletividade através do sentimento de solidariedade na defesa contra os perigos comuns e na união racional de esforços que visam melhorar a vida da comunidade em que habita.

Em suma, em nossa ideologia nacionalista, o atributo mais forte e que não pode ser descartado na formação e manutenção de uma Nação é o poderoso vínculo espiritual — sentido ontológico, não religioso — do povo e que gera uma consciência nacional, isto é, ser e sentir-se como parte importante de uma imensa família.

Então, concebido pela filosofia de um Nacionalismo para o século XXI, nosso conceito filosófico de Nação é:

“A união de humanos em uma sociedade que cria um vínculo afetivo com um determinado espaço de terra herdado de seus ancestrais e uma autodeterminada organização ao longo das gerações através do histórico cultivo de interesses comuns, ideias, vocações, língua, filosofia, tradições e costumes; sendo que a união desta sociedade fundamenta-se na solidariedade despertada pelas lutas comuns no cotidiano e que se traduz no anseio espiritual, moral, sentimental e emocional de permanecer juntos todos os que sentem a necessidade, em conjunto, de projetar-se no futuro com justiça e para o alcance de objetivos e benefícios comuns.

(Rafael Ferreira et alia – 2004)”

Este conceito servirá em nossos estudos futuros sobre a Pátria e o Patriotismo, que não significam e não sinônimos de Nação e Nacionalismo.

A partir deste conceito, podemos estabelecer definições pragmáticas e factuais de Nação e que surgem da interpretação de quatro vigentes expressões civilizatórias humanas, sendo uma quinta ainda não alcançada e que constituem a sua base de estabelecimento.

  1. Expressão Natural
  2. Expressão Social
  3. Expressão Jurídica
  4. Expressão Política

Cada uma destas expressões definem e investem atributos e/ou interpretações à Nação da seguinte forma:

“A primeira expressão humana é a expressão natural, iniciando a definição do sentido de NAÇÃO e também identificando os seus elementos constituintes, permitindo com que a NAÇÃO possa não apenas ser definida de forma concreta, como também, possa ser um objeto de estruturação psicossocial visando o estabelecimento e a identificação das demandas, necessidades ou projeções do povo que a institui.

(Rafael Ferreira et alia – 2004)”

A expressão natural da NAÇÃO nos permite identificar três elementos de base da sua constituição e que são:

“Os três elementos naturais de base constitutiva da Nação são: 1) O SER ; 2) O ESPÍRITO ; 3) A TERRA. E não é possível desassociar a Nação destes três ou de um destes, visto que o SER existe e habita a TERRA promovendo as ações ou inações volitivas pautadas pela percepção ou expressão de seu ESPÍRITO. Retirando quaisquer um destes da equação, a Nação não se institui pela ruptura da expressão intrínseca à natureza e a existência dos próprios seres.

(Rafael Ferreira et alia – 2004)”

Uma vez identificados os três elementos constituintes da NAÇÃO, é possível evoluir sua definição e compreensão relacional de causa e efeito a partir das demais expressões, neste caso, por exemplo, a expressão social:

“Ao analisar e definir a Nação através da sua expressão social, a humanidade promove uma redefinição de seus elementos constituintes sob uma nova perspectiva e que promove, via curso civilizatório, a instituição e absorção dos valores do SER em um INDIVÍDUO, do ESPÍRITO em uma IDENTIDADE e da TERRA em um TERRITÓRIO. Assim, a expressão social da humanidade inicia um processo de civilização que garante ao seres naturais uma composição de novos valores perceptivos e interpretativos capazes de torná-lo um ser social, demandando e reconhecendo a sua INDIVIDUALIDADE, sua IDENTIDADE e sua TERRITORIALIDADE, este último, compreendido como o espaço físico mínimo para sua existência corpórea e projeção de presença neste orbe.

(Rafael Ferreira et alia – 2004)”

Temos, ainda, uma evolução civilizatória que eleva a condição do ser social através de uma expressão jurídica, isto é, que garante ao indivíduo a capacidade de unir-se a outros semelhantes a fim de organizar-se em uma sociedade civil e em igualdades básicas.

“A expressão jurídica humana não é a última expressão possível de ser desenvolvida pela humanidade, mas é a primeira que permite uma redefinição dos seres naturais e sociais em seres jurídicos, isto é, que viabiliza de maneira íntegra, registrada e organizada, a coexistência destes seres em uma COLETIVIDADE, sem perder as suas essências naturais e sociais, constituindo a todos, uma UNIDADE DE CONSCIÊNCIA CIVIL que permite, no mínimo, a coexistência no mesmo plano territorial e ao mesmo tempo. Assim, a expressão jurídica redefine, no curso civilizatório coletivo, o INDIVÍDUO em uma PESSOA, a IDENTIDADE em uma COMUNIDADE e o TERRITÓRIO em uma URBANIDADE.

(Rafael Ferreira et alia – 2004)”

Por fim, na era civilizatória vigente, a expressão política permite com que a sociedade civil, enquanto um corpo coletivo de uma UNIDADE CIVIL CONSCIENTE, tenha padronizados e garantidos os valores essenciais daqueles seres, espíritos e suas terras que instituem a sua Nação.

Isso, de forma livre e independente das causas e interesses de outros povos humanos e separados por grande diferença entre os seres, grande dissonância espiritual, moral, psicoemocional e grande distância territorial destes seres.

“A expressão política é a vigente expressão humana desta era e que tornou possível com que este orbe seja habitado por inúmeras COLETIVIDADES HUMANAS e esta expressão é a que permite uma redefinição dos valores jurídicos dos elementos sociais e naturais da PESSOA em um CIDADÃO, da COMUNIDADE em uma CULTURA e da URBANIDADE em uma PÁTRIA. Definições estas que são capazes de garantir a existência, a identificação, a valoração de uma Nação e sua posterior distinção de outras e diversas Nações independentes neste orbe.

(Rafael Ferreira et alia – 2004)”

Torna-se claro que Nação e Pátria possuem conceitos, ambientes e definições diferentes sem a possibilidade de reduzi-los ao termo comum, através da sinonímia.

Tal pode ser corroborada pela análise lógica de que toda Nação gera uma Pátria em ambientes e períodos pacíficos, mas nem toda Pátria surge de uma Nação, geralmente as advindas de ambientes conturbados e em períodos bélicos.

Deste modo, também é possível afirmar que todo o nacionalista é um patriota, mas nem todo patriota é um nacionalista.

Com base nesta argumentação é possível definir, de maneira sintática e objetiva que a NAÇÃO é:

“A Nação é uma dimensão civilizatória que concebe, projeta, edifica e delimita um HABITAT CIVIL humano; diferente dos habitat naturais dos seres regidos por seus biomas, a humanidade tem a capacidade, com sua inteligência e projeção espiritual, de sobrepor, por própria vontade e consciência, uma espécie de habitat multidimensional que se estabelece fisicamente no habitat natural do SER NATURAL (estado animalesco) e projeta-se, ontologicamente, a um habitat dimensional do SER CÔNSCIO (estado civilizado).

(Rafael Ferreira et alia – 2004)”

Conclui-se que a NAÇÃO é uma projeção multidimensional e direcional de um coletivo humano para o estabelecimento de um curso civilizatório de seus seres, de sua natureza primitiva e animal, o SER enquanto CORPO SENSÍVEL à sua natureza consciencial, o SER enquanto ESSÊNCIA REGENTE.

Podemos demonstrar visualmente a NAÇÃO através do seguinte gráfico.



Assim, todos os seres nascidos em um habitat natural geograficamente delimitado por uma NAÇÃO, bem como todos os seus biomas, seres e elementais podem ser denominados como NACIONAIS em sua essência de SER.

Agindo o ser humano para compreender, estabelecer, preservar e evoluir a NAÇÃO como um conjunto de consciências que contém todos os elementos NACIONAIS, atuando em seu favor e evolução, é denominado como NACIONALISTA.

Todo aquele que defende politicamente os VALORES originados da expressão nacional frente aos desafios, obstáculos ou obstruções de outros povos, Nações ou coletivos apátridas, é denominado PATRIOTA.

A Pátria é uma projeção política e líquida de uma Nação no espaço-tempo e em relação ao conceito territorial e dimensional da expressão política de seu povo, bem como da propriedade sobre tudo o que nele há, transita ou ocorre.

Considerando o aspecto da distinção conceitual de Pátria, ainda que cidadãos estrangeiros convivam em nossa sociedade nacional e compreendam os nossos valores, as nossas aspirações e os nossos objetivos nacionais, adotando-os para si como seus, vivendo e trabalhando pela projeção da Nação Brasileira para o futuro, torna-se um PATRIOTA, mesmo que não seja um NACIONAL.

Assim, como, um cidadão nacional que convive em nossa sociedade e não compreende, não aceita os nossos valores, não atua por nossas aspirações e é inerte em relação aos nossos objetivos nacionais, ignorando-os como se não lhe pertencessem, por natureza, limitando ou obstando a projeção da Nação Brasileira para o futuro, mesmo sendo um NACIONAL, NÃO É UM PATRIOTA.

Conhecendo o que é a NAÇÃO e a PÁTRIA, conhecendo o que é ser um NACIONAL, um NACIONALISTA e um PATRIOTA, será muito mais fácil projetar e compreender o NACIONALISMO.

Considerando as regras léxicas e morfológicas da língua portuguesa falada no Brasil sobre o termo NACIONALISMO, podemos definir que o NACIONALISMO é:

“A expressão ideária, metódica e prática de um conjunto de padrões, atitudes e atividades orientadas, em geral, por aquelas pessoas que são NACIONALISTAS”.

Por Rafael Ferreira em 18/07/2004.

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